Os anos 80 foram considerados, no Brasil, a década perdida. Pouca coisa nos lembra esta época que não remete à Rede Globo. Claro que, para nós que ouvimos heavy metal, podemos lembrar também de Sepultura, Sarcófago, e muitas outras lendas. Mas a tecnologia da época era algo, digamos, singular ao que se faz hoje. Era carrasca. Levando em consideração o Heavy Metal, notamos que a época era dominada pelas gravadoras, pelas distribuidoras, e pela cultura do país. Só gravava quem era realmente bom, e assim tinhamos uma certa "peneira" no underground. Logicamente muitas bandas perderam com isso, e os fãs também. Paradoxalmente, hoje, qualquer porcaria clichê grava um álbum mixuruca que agrada meia dúzia de produtores e cobre as bandas que estética e tecnicamente tem algo novo e criativo a apresentar...
Mas hoje temos a democracia cibernética, podemos gravar álbuns inteiros dentro do quarto, com todas as qualidades que uma produtora oferece, basta ter dinheiro, certo? Claro! E o que interessa disto tudo para nós? A liberdade! A banda mixuruca está na capa da revista, está na rádio, está em todos os lugares da mídia. Mas quem precisa da revista ou da rádio para trocar informações quando qualquer um pode divulgá-las, trocá-las, procurá-las na grande democracia da internet? Nunca os ávidos por material inteligente foram tão saudosistas, tão nostálgicos por poder ter quase tudo que queriam quando mais novos, e colhem, da atualidade, apenas o que lhes diz algo interessante... (As ilustrações deste post apenas remetem à algumas coisas que eu tinha em K7, e que só pude ouvir com qualidade aqui.) É claro que tudo tem sua exceção, e tudo que é dominante cria uma regra "bitológica" que acaba transmutando informações, como numa fofoca. Basta para isto ter senso crítico, coisa que poucos tem, e estes poucos, geralmente, rompem esta regra, prevalecem a democracia, unem-se em grupos que mandam tudo mais para o inferno, e são felizes com este instrumento paradisíaco... Quem acredita em uma revolução intelectual? Eu acredito! que venham os "novos 70": Paz, Amor e Rock n' Roll para todos.
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