Aliado a falta de conhecimento histórico, geográfico, social e, por fim, filosófico, dá nisso...

OCULTISMO NAS REVISTAS DA MÔNICA
ESPIRITISMO NAS REVISTAS DA MÔNICA

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Um grupo que se auto-intitula detentor da palavra de Deus, como milhares por aqui, se dá ao trabalho de esclarecer segundo o seu radicalismo, as revistas de Maurício de Souza. Atacam vilmente o contexto de algumas estórias e por fim atacam o espiritismo.

Em primeiro lugar, eu não sou espírita, e nem simpatizo, e nem gosto de conversar sobre. Mas não saio apedrejando seus seguidores, que nunca me incomodaram como a maioria dos radicais cristãos, sejam evangélicos ou católicos, fazem diariamente. Apenas não gostei do modo como trataram uma das maiores obras nacionais e culturais do país. Sim, digo cultural porque só nestas revistas ainda vejo crianças sendo crianças, não se preocupando com dinheiro ou se achando o dono do pedaço com um óculos Go*c no rosto ( é verão...), e que traz à tona costumes que até pouco tempo, digamos dezessete anos, eram a coisa mais corriqueira do mundo, como pega-pega, bolinha de gude e as lendas expostas em uma ou outra estorinha. Diga-se de passagem que é até contraditório ver o quanto a tecnologia isola as crianças num sistema que exige cada vez mais descontração entre as pessoas...

Mas o ponto eu já citei: o radicalismo. O maldito radicalismo que se agrega a força de vontade destes pobres cidadãos e os cega para a verdadeira reflexão: a sociedade. Obviamente para se entender uma cultura, primeiramente, e talvez a mais importante atitude para esta reflexão, deve-se ser imparcial, para que o segundo maior maldito não vigore entre seus leitores ou ouvintes: o preconceito. Se estou sendo preconceituoso agora? bom, prefiro expôr minha raiva aqui que na cara deles. Não acho que são más pessoas, apenas pessoas mal-informadas, pois, não sei se os leitores concordam comigo, mas os roteiros de Maurício de Souza, primeiramente, tem base no catolicismo, pois as histórias que mexem com o Além - as do Penadinho - se passam em um cemitério que na verdade é um purgatório, e neste mesmo cemitério convivem uma múmia, um vampiro, um lobisomem e outras criaturas da cultura sobrenatural mundial. A revista é tipicamente católica, de onde vem a origem de todo radicalismo religioso e grande parte da nossa cultura, depois serviu de base para a religião protestante (não adianta, o protestantismo não tem base na bíblia, mas na igreja católica medieval, qualquer leitor de história já se deu conta disso), que se mescla com simbolos pagãos, o que a torna um caldeirão cultural que por fim remete ao caldeirão étnico do nosso país.

Então a revista seria mais um documento sobre nossa cultura (nos olhos ainda setentistas de Maurício de Souza) do que uma promoção espiritual para crianças que estão muito além da incocência perdida com Kelly Key e os High School Musical da vida. Acredito que hoje, as revistas sejam mais direcionadas ao público adulto, que ainda lembra dos contos de fadas sem Barbie, pois não tem nada mais relaxante que ler na cama uma dessas estórias, antes de dormir sem o peso do mundo atual.

Fica aqui um mero protesto, afinal, estes cidadãos da fé cega estarão sempre por aí, revigorando nossa vontade de pensar e refletir... não sei o que faria sem eles.

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