Ontem soube da prisão do menor de idade, 15 anos, que foi acusado de assassinar um PM com dois tiros à queima-roupa, e novamente o absurdo vem à tona: redução da maioridade penal. Me parece que os grupos interessados, não sei por que, nesta redução estão usando gradativamente os acontecimentos atuais como "costa larga" para seus objetivos. Tudo claramente visto nas atitudes jornalísticas ao entrevistar a esposa do falecido, que revela indignação ao saber que o menor irá passar em média três anos preso, enquanto o marido está perdido para sempre.

A dor de uma perda familiar é enorme, mas não devemos nos deixar envolver apenas pela vítima e tentar generalizar um "tapa-buraco" como o plano de redução, que primeiramente deveria ser relativo à idade, sendo usado apenas em casos como o garoto João, em que os acusados, tanto quanto o menor, tinham consciência do fato.

Resumirei assim:

O garoto vive em um país que não preza pelo patriotismo, a não ser o ligado pelo famigerado e inútil futebol. Não tem educação em casa, já que seus pais não a tiveram também. Vive à margem da sociedade, de forma que a lei não se apresenta totalmente à ele. E por último e mais importante, o garoto não tem um simbolo forte de Valores como Honra, Palavra, e vive em meio à criminalidade constante, e foi onde encontrou todos estes valores. Tanto que os expôs assassinando o Policial Militar responsável pelo aprisionamento de dois traficantes para quem o menor servia...

Agora pergunto, a culpa é totalmente e somente dele? Que vive em um meio onde isto significa sobrevivência? Queriam o que, que todas as crianças sigam o exemplo dos trapalhões e depois dêem entrevista sobre como venceram na vida? ninguém sabe o que ele passa, então antes de condenar totalmente, admitamos que ele não é totalmente punível por estar em uma fase que ainda pode ser contornada.

O povo (o garoto) precisa de um PAÍS.

O policial militar não foi apenas vítima de um garoto com uma arma na mão, mas de um GOVERNO inteiro e sua incapacidade de absorver as grandes e reais proporções do problema. Precisamos de uma reforma penal radical, que dê emprego e orientação aos confinados; precisamos de um eficaz sistema de reabilitação para menores infratores, uma de verdade. E mais que tudo, precisamos ter calma ao analisar os fatos, não estamos na época feudal, e nosso governo não é um palácio de Versailles...

O garoto é tão vítima quanto o PM que assassinou, tão vítima quanto eu e você. Então se pensar em me criticar por defendê-lo, pense em quantos mais estará condenando à guerra civil não declarada que acontece... Pense... Pense... Pense...

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