Quando criança, eu criava peixes ornamentais, tinha um bonito aquário, com peixinhos de diversas formas, tamanhos e cores... Me disseram que era um terapia prestar atenção em seus movimentos, para cima e para baixo, prum lado e para o outro, como se a vida não tivesse a importância que o expesso vidro do aquário tem... Durante as madrugadas, quando acordava sem sono, observava com toda paciência aqueles seres aparentemente insignificantes irem de um lado a outro. Alguns estavam paradinhos, descansando. Depois de algum tempo, não pude mais criá-los, e passei a ter esta terapia quando me sentava em frente de casa, com uma pequena xicara de café e observava cada criança pular e correr de um lado a outro, e várias vezes tive a impressão de que dançavam ao som de Switchblade Symphony. E novamente pude imaginar que o mundo fosse uma brincadeira sem fim... aquela maneira de se maravilhar com tudo e tão pouco era ótima, até chegarem os óculos da "Gooc", calças da "Ellus", blusas da "Trilha" e transformar meu pequeno aquário em uma novela das oito... Não canso de repetir que talvez participei da última geração da infância simples e feliz por exigir criatividade e proximidade, por exigir um elo, uma companhia... (ao André RIP) Marcadores: Divagando |