Na vasta enfermaria ela repousa Tão branca como a orla do lençol, Gorjeia a sua voz ternos perfumes, Como no bosque a noite o rouxinol. É delicada e triste. O seu corpito Tem o perfume casto da verbena. Não são mais brancas as magnólias brancas Que a sua boca tão branca e tão pequena! Ouço dizer: - Seu rosto faz sonhar! Serão pétalas de rosa ou de luar? Talvez a neve que chorou o inverno... Mas vendo-a assim tão branca, penso eu: É um astro cansado, que do céu Veio repousar nas trevas dum inferno! Florbela Espanca Marcadores: Filosofia e Literatura, Florbela Espanca |
Florblea espanca nossa alma!
bjs