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No Hospital (À Théa)
12.1.07

Na vasta enfermaria ela repousa
Tão branca como a orla do lençol,
Gorjeia a sua voz ternos perfumes,
Como no bosque a noite o rouxinol.

É delicada e triste. O seu corpito
Tem o perfume casto da verbena.
Não são mais brancas as magnólias brancas
Que a sua boca tão branca e tão pequena!

Ouço dizer: - Seu rosto faz sonhar!
Serão pétalas de rosa ou de luar?
Talvez a neve que chorou o inverno...

Mas vendo-a assim tão branca, penso eu:
É um astro cansado, que do céu
Veio repousar nas trevas dum inferno!

Florbela Espanca

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Por Miranda às 12:52 PM  
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